Das eleições passadas
O que se verifica, passadas as eleições, é que a atitude do eleitor, sendo ele interessado ou não pelo pleito, permanece a mesma das outras eleições.
Aqueles que se desinteressam por política, têm tal opinião afirmando que tudo vai continuar como está, ou que a política não presta. Ambas as afirmações andam erradas, pois as mudanças não ocorrem somente em revoluções, mas também na vida cotidiana. Por exemplo, temas como a cláusula de barreira e a fidelidade partidária entraram em pauta nos últimos anos, e, ambos os temas, modificam não só o cenário político, mas também o modo como as matérias são votadas, conseqüentemente alterando-as. Dizer que a política não presta é besteira, pois há de se ir exigindo reformas estruturais para impedir a corrupção, além de sempre haver um candidato "menos pior" a ser votado. Com o tempo e a crítica necessária, o negócio melhora, é certo.
Os eleitores que se interessam por política, em sua maioria, tratam o interesse de modo maniqueísta, polarizando os partidos e políticos: o partido que apóiam representa o bem, a luz, a razão; o partido contrário, a perdição, o caos, o erro; e assim, pensam esses eleitores, a política se resumiria em colocar seu partido no poder e defendê-lo. Também é bobagem tal pensamento, pois isto não é possuir formação política.
O verdadeiro interesse político só se dá quando o senso crítico se mantém, independentemente do partido no poder. O eleitor deve manter-se informado e exigir o que imagina correto, sempre cobrando uma atitude responsável de seu representante; caso este não cumpra o acordado, deve ser punido nas urnas. Enfim: cores partidárias e desinteresse político devem ser combatidos, para cada um sentir-se cidadão responsável por seu país.